quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Norte-americana de 8 anos morta no Iémen em primeiro ataque de Trump

Nawar al-Awlaki terá sido fatalmente atingida durante uma operação norte-americana contra a al-Qaeda, no Iémen, que, no sábado, matou pelo menos 14 pessoas, segundo o Comando Central dos EUA. O irmão morreu em 2011, num ataque aprovado por Obama.

O ataque, o primeiro a ser aprovado pelo novo presidente dos EUA, levado a cabo pelo Comando de Operações Especiais Conjuntas, poderá ter tirado a vida à menina de oito anos com cidadania norte-americana, disse o Exército dos EUA ao "The Guardian".

O objetivo da operação, esclareceu o coronel John Thomas, porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos, era recolher informações sobre operações suspeitas do grupo terrorista al-Qaeda na Península Arábica.

O Comando de Operações está a ser agora sujeito a inquérito preliminar para determinar se as alegações das mortes de civis são ou não suficientemente credíveis para darem origem a uma investigação completa, avança o jornal britânico.

Nawar al-Awlaki era filha do cidadão norte-americano Anwar al-Awlaki, radical islâmico com lugar na lista negra da CIA, que morreu num ataque norte-americano no Iémen, a 30 de setembro de 2011.

Um irmão de Nawar e filho de Anwar, Abdulrahman al-Awlaki, foi morto num outro ataque, duas semanas depois.

"Temos de matar as famílias deles. Quando apanhamos estes terroristas, temos de apanhar as famílias também"
Recorde-se que, durante a pré-campanha, Trump disse que era preciso matar os familiares dos suspeitos de terrorismo: "Temos de matar as famílias deles. Quando apanhamos estes terroristas, temos de apanhar as famílias também", disse à Fox News, em dezembro de 2015.

O coronel John Thomas nega que as forças militares dos EUA conhecessem Nawar al-Awlaki antes de avançarem com a operação e, quando questionado sobre a possibilidade de as forças especiais terem identificado o corpo da criança no local, respondeu: "Que saibamos, não."

Em entrevista ao "The Guardian", o avô da menina, Nasser al-Awlaki, disse não acreditar que o objetivo dos EUA fosse matar a sua neta, que estava em casa com a mãe, quando foi baleada no pescoço, tendo morrido duas horas depois.

"Não acho que este incidente tenha sido intencional", disse Nasser, residente no Iémen, por chamada telefónica.

O ataque começou a ser planeado "há alguns meses" - ainda no mandato de Barack Obama - mas não tinha sido aprovado.

O porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos disse não saber a razão para a administração anterior não ter avançado com a operação, garantindo que o executivo de Obama exerceu o chamado "veto de bolso" sobre a questão (uma manobra legislativa que permite ao presidente exercer o poder de veto sobre um projeto de lei, não tomando nenhuma ação real).

A operação terá sido revista várias vezes e deixada deliberadamente para julgamento da nova administração.




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