O ataque, o primeiro a ser aprovado pelo novo presidente dos EUA, levado a cabo pelo Comando de Operações Especiais Conjuntas, poderá ter tirado a vida à menina de oito anos com cidadania norte-americana, disse o Exército dos EUA ao "The Guardian".
O objetivo da operação, esclareceu o coronel John Thomas, porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos, era recolher informações sobre operações suspeitas do grupo terrorista al-Qaeda na Península Arábica.
O Comando de Operações está a ser agora sujeito a inquérito preliminar para determinar se as alegações das mortes de civis são ou não suficientemente credíveis para darem origem a uma investigação completa, avança o jornal britânico.
Nawar al-Awlaki era filha do cidadão norte-americano Anwar al-Awlaki, radical islâmico com lugar na lista negra da CIA, que morreu num ataque norte-americano no Iémen, a 30 de setembro de 2011.
Um irmão de Nawar e filho de Anwar, Abdulrahman al-Awlaki, foi morto num outro ataque, duas semanas depois.
"Temos de matar as famílias deles. Quando apanhamos estes terroristas, temos de apanhar as famílias também"
Recorde-se que, durante a pré-campanha, Trump disse que era preciso matar os familiares dos suspeitos de terrorismo: "Temos de matar as famílias deles. Quando apanhamos estes terroristas, temos de apanhar as famílias também", disse à Fox News, em dezembro de 2015.
O coronel John Thomas nega que as forças militares dos EUA conhecessem Nawar al-Awlaki antes de avançarem com a operação e, quando questionado sobre a possibilidade de as forças especiais terem identificado o corpo da criança no local, respondeu: "Que saibamos, não."
Em entrevista ao "The Guardian", o avô da menina, Nasser al-Awlaki, disse não acreditar que o objetivo dos EUA fosse matar a sua neta, que estava em casa com a mãe, quando foi baleada no pescoço, tendo morrido duas horas depois.
"Não acho que este incidente tenha sido intencional", disse Nasser, residente no Iémen, por chamada telefónica.
O ataque começou a ser planeado "há alguns meses" - ainda no mandato de Barack Obama - mas não tinha sido aprovado.
O porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos disse não saber a razão para a administração anterior não ter avançado com a operação, garantindo que o executivo de Obama exerceu o chamado "veto de bolso" sobre a questão (uma manobra legislativa que permite ao presidente exercer o poder de veto sobre um projeto de lei, não tomando nenhuma ação real).
A operação terá sido revista várias vezes e deixada deliberadamente para julgamento da nova administração.
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